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Andreia Santana

Portugal

ferro, pintura, material audiovisual, calandragem, cobre, máquinas de soldar

Sonoscopia

Andreia Santana

ciclo programático 02 / Rumble Strip

em colaboração com: Tiago Ângelo

Andreia Santana (1991, Lisboa) artista plástica vive e trabalha entre Lisboa e Nova Iorque. Desde 2013, tem participado em vários programas de residências artísticas, nomeadamente a Residency Unlimited, em Nova Iorque, com uma bolsa da Fundação Calouste Gulbenkian, Panal 360 em Buenos Aires, Mieszkanie Gepperta Residency Gallery em Varsóvia, Polónia e Gasworks – Triangle Network no Hangar, em Lisboa.

A investigação artística de Andreia Santana observa e apropria-se das técnicas específicas da arqueologia para analisar a produção contemporânea da cultura material. Ao fazê-lo, concentra o seu trabalho na capacidade dos objetos de testemunhar o tempo e em temas como o trabalho e o regime de poder e interesses culturais que contribuem para as grandes narrativas. Trabalha com vários meios, escultura, fotografia, vídeo e instalação. E talvez seja por esta multitude de meios que o seu trabalho invoca uma certa poesia nostálgica.

Esta residência realizou-se em parceria com a Sonoscopia e finalizou com uma mostra na galeria da ArtWoks em Lisboa.

Uma residência artística numa fábrica, ainda que num contexto especializado – o programa de residências No Entulho, criado para artistas desenvolverem obras e projetos com os materiais, recursos e infra estruturas da Artworks, trouxe-me imediatamente a ideia de intervalo como qualidade inerente ao trabalho ali executado.

(...)

Observo as esculturas de Andreia Santana como parte do resultado de um intervalo, que se forma na interferência do trabalho de uma artista num contexto fabril e vice-versa, colocando num plano tangível, os valores díspares que opõem a ideia de produção à ideia de experiência estética ou artística.

As esculturas de Santana, feitas como quem desenha sem um determinado fim não têm uma funcionalidade no sentido do contexto de uma linha de produção.Estas têm uma operatividade inerente à arte, tendo sido pensadas como silêncios e pausas que se prestam, para além da sua autonomia como esculturas, como plataformas para a interpretação e desenvolvimento de uma performance musical. Os desenhos, e as esculturas que daí advém, poder-se-ão afiliar a Cornelius Cardew, o grande mestre da transformação visual das pautas, que conduziu a produção musical a novos paradigmas, tidos como “absurdos”, “não-musicais” ou “obtusos” e que, rapidamente, alargaram as possibilidades da música experimental da década de 70.

Texto completo aqui, por Hugo Canoilas

Créditos

colaboração com Tiago Ângelo
parceria com Sonoscopia

recursos: ferro, cobre, material audiovisual e electrónico
formato: residência ciclo programático 02
fotografia: Bruno Lança