Christian Lagata (Jerez de la Frontera, 1986) vive e trabalha em Madrid. O seu trabalho explora as tensões entre materialidade e morfologia em ambientes produtivos, como zonas industriais ou concentrações urbanas, e as diferentes formas de “familiaridade” (mnemónica, funcional, estética) que estabelecemos com eles. Expôs na La Casa Encendida, CAAC, CA2M, CCCC, Artnueve, Voloshyn Gallery, ARCO e ArtBrussels, e participou em residências no Matadero Madrid, Hangar Lisboa e BilbaoArte. O seu trabalho integra coleções como o Museo CA2M, CAAC, DKV e Fundació Sorigué.
A sua prática assenta na apropriação e transformação de objetos encontrados. Essa familiaridade com o improviso e com a matéria facilitou-lhe a integração no ambiente industrial da ArtWorks. A partir desses elementos, o artista construiu composições que insinuam formas ambíguas: corpos, refúgios, estruturas que oscilam entre o orgânico e o mecânico. “Na minha prática sempre existiu uma ligação com espaços industriais e terrenos abandonados, sobretudo nas periferias”, explica. Essa relação remonta à infância na Andaluzia, marcada por paisagens industriais em desuso. Dessa memória nasce uma tensão entre o frio e o quente, entre o cortante e o acolhedor — uma tentativa de encontrar traços de humanidade num contexto urbano cada vez mais áspero e impessoal. Durante a residência, o acesso a ferramentas e meios técnicos permitiu-lhe aprofundar a investigação sobre a forma como os materiais respondem ao gesto e à manipulação. O trabalho desenvolvido serviu também de ponto de partida para a sua próxima exposição, “Metal del verano”, inaugurada em novembro no Centro de Criação Contemporânea da Andaluzia.
