Sofia Mascate (Abrantes, Portugal) vive e trabalha em Viena. Recebeu um mestrado em Critical Studies pela Akademie der bildenden Künste Wien, um mestrado em Belas Artes (Prof. Jutta Koether) pela HFBK Hamburg e uma licenciatura em Pintura pela FBAUL. Exposições individuais recentes incluem “Gilded Cage”, New Jörg, Viena; 'Hypertext' Galeria Zé dos Bois, Lisboa; “Pick Me”, BPA Space, Colónia. O seu livro de ensaios sobre pintura de natureza morta, “Tactical Retraction”, foi editado e publicado em 2022 pela Materialverlag–HFBK.
Sofia Mascate foi a artista selecionada para a residência UmbigoLAB x ArtWorks – No Entulho, o projeto dá continuidade à investigação iniciada em 2019, durante o seu mestrado em Hamburgo, centrada na obra de Josefa de Óbidos. Esta investigação debruça-se sobre os preconceitos e estereótipos associados ao papel da mulher na história da arte.
Nesta residência, a artista procurou ultrapassar algumas limitações da sua prática de atelier, nomeadamente o desejo de trabalhar com pintura em vidro numa escala maior e com maior complexidade. “Esta proposta surgiu numa altura em que me encontrava em confronto com as limitações da minha prática de atelier. Tinha começado a pintar em vidro e tinha vontade de aumentar a escala e desenvolver a complexidade das peças, mas não tinha recursos para o fazer sozinha”, explica.
Durante este período, o seu trabalho integrou-se na lógica colaborativa da fábrica, que contrastou com a prática mais solitária e intuitiva da pintura em atelier. “A fábrica disponibiliza as suas oficinas e equipa para apoio do projeto, desde a concepção dos desenhos técnicos até à pós-produção das peças. Um método de trabalho muito diferente do meu, enquanto pintora-multitarefas. Pintar é um processo laborioso, cheio de imprevistos, solitário q.b., que requer tempo, foco e atenção. Na fábrica, a estratégia de produção é mais colaborativa, com um pensamento premeditado e rigoroso. Foi uma experiência que me ensinou a aplicar outras abordagens e a integrar outro tipo de pensamento no atelier.”
Para a artista, o vidro permitiu repensar a relação entre figura e fundo de forma menos linear e introduzir disrupções visuais que enriqueceram o seu trabalho: “As várias camadas conferem-lhe uma nova vitalidade.”
A residência foi realizada em parceria com a revista Umbigo e resultou de uma open call avaliada por um júri composto por Diogo da Cruz (artista selecionado para a residência UmbigoLAB x ArtWorks 2021), Filipa da Rocha Nunes, representantes da revista Umbigo, da Fundação Millennium BCP e da equipa ArtWorks.
Créditos
Formato: Open call UmbigoLAB @ ArtWorks No Entulho Fotografia: Bruno Lança e Bernardo Bordalo Parceria:RevistaUmbigo + Covipor + Otiima
