Maria Trabulo (Porto, 1989) é artista visual e investigadora baseada no Porto (PT). A sua prática multidisciplinar examina o papel que as imagens e os artefactos desempenham na formação de narrativas históricas pessoais e colectivas e a influência da política nas narrativas culturais ao longo da história. Fez mestrado pela Universidade de Artes Aplicadas de Viena (AUT) e atualmente é Ph.D. Candidato na Escola das Artes – Universidade Católica do Porto, Portugal. Desde 2012, a artista tem desenvolvido uma carreira artística prolífica e o seu trabalho tem sido apresentado em vários formatos, e exibido em exposições coletivas e individuais em importantes instituições, museus e galerias, além de espaços de arte independentes, participou em residências artísticas na Áustria, Alemanha, Irão, Itália, França, Grécia, Portugal e Espanha.
Exposições individuais e coletivas recentes incluem: Prémio Novos Artistas Fundação EDP 2022; Towards Gallery, Toronto (2021); CAA – Centro Cultural de Águeda, (2021): Galeria Municipal do Porto, Porto (2019); Deegar Platform, Teerã (2019); Museu de Arte Contemporânea de Serralves (2018); Museu de Arte, Arquitetura e Tecnologia, (MAAT) Lisboa, (2017); Neue Gallery - Tiroler Kunstlerschaftt, Innsbruck (2017); Galerie UngArt, Viena (2015); Galeria Nuno Centeno, Porto (2015); KARAT, Colônia (2013); e Super Tokonoma, Kassel (2012).
(Esta residência realizou-se em simultâneo com a residência da artista Marta Bernardes, numa parceria com a Correntes d’Escritas )
Desde 2016 tenho colaborado com museus e arquivos, na visita e documentação fotográfica dos itens nas suas colecções que nunca exibem, e no estudo do que os motiva a ocultá-los.
Em 2018 iniciei uma colaboração com arqueólogos e historiadores sírios, fundadores de duas organizações não governamentais: Heritage for Peace e The Day After-Heritage Protection Initiative.
Imensa da documentação que a Heritage for Peace e a The Day After-Heritage Protection Initiative recebem, consiste em fotografias de artefactos destruídos por bombardeamentos, ou saqueados pelos diferentes grupos envolvido no conflito. Essas fotografias são portanto a única imagem dessas peças antes da sua destruição ou desaparecimento.
As peças produzidas no âmbito da residência No Entulho na ArtWorks, recuperam alguns objectos destes arquivos da Heritage for Peace e da The Day After-Heritage Protection Initiative , complementados por outras imagens que retirei da plataforma da Interpol para artefactos desaparecidos.
As suas silhuetas foram transportadas para chapas de alumínio que constituem o entulho da fábrica, tendo tomado decisões quanto à sua escala. Posteriormente recortei essas formas com uma caneta de plasma, devolvendo tridimensionalidade àquelas imagens. Esta colecção de estátuas acordadas, tem a particularidade de poder ser guardada e transportada numa embalagem de pequenas dimensões, podendo em caso de conflito, ser evacuada a qualquer momento.
Uma história de esquecimento e memória produzida numa fábrica, onde a optimização da produção é valorizada. Acordar as Estátuas reproduz entulho histórico a partir da sua sombra digital, apontando as formas de produção cultural da contemporaneidade, em particular 1) a exaustiva produção de valor em torno de objectos e fragmentos escavados, 2) a economia produção de cópias digitais de colecções e de património cultural, como forma de garantir a sua reprodução no caso de os originais serem destruídos, 3) o valor cultural e simbólico dos acervos e arquivos invisíveis: as obras de museus inacessíveis, a necessidade de os mostrar, 4) a necessidade cultural de reproduzir objectos destruídos, de acordar as estátuas.
colaboração com Marta Bernardes
parceria com Correntes D’escritas
formato: ciclo 02
recursos: ferro, pintura, corte plasma
fotografia: Bruno Lança and Towards gallery
video: Bruno Lança
O "No Entulho" está aberto a visitas. Se desejas saber mais, por favor entre em contacto connosco.
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