Guilherme de Sousa & Pedro Azevedo
ciclo programático 02 / Disfarce, disfarce.
em colaboração com: Carlos Arteiro
Guilherme de Sousa (Viana do Castelo, 1994) & Pedro Azevedo (Porto, 1996) conheceram-se em 2014 e têm vindo a colaborar profissionalmente desde 2016. A sua actividade intersecta as artes plásticas e performativas, desenvolvendo um especial interesse no teatro, na dança e na instalação. Posiciona-se no cruzamento das artes visuais e performativas, e tem como fim o suporte e apoio à criação e difusão de objectos artísticos dos seus associados. Pretende implantar e desenvolver "acontecimentos" de cunho cultural e artístico, mas sobretudo gerar diálogo e pensamento. Em 2019 fundaram a BLUFF, uma associação cultural sem fins lucrativos, sediada no Porto onde fazem direcção artística.
No seu percurso destacam “Lágrimas de Crocodilo”, “VANISH”, projecto vencedor da bolsa Campo de Batalha, promovida pelo Teatro Municipal do Porto, e “Horto - Uma forma que vem do toque”, vencedor da 3ª edição da bolsa Happy Together, promovida pela Mala Voadora em parceria com a Câmara Municipal do Porto/ Fórum do Futuro. Foram Jovens Artistas Associados do Teatro Municipal do Porto, pelas temporadas 2019/20 e 2020/2021.
Carlos Arteiro, Guilherme de Sousa e Pedro Azevedo são os três artistas, estiveram os três em residência No Entulho – programa da Artworks –, e estão os três interessados na tomada de consciência. O resultado do seu trabalho é agora conjuntamente apresentado no Porto, na mala voadora, sob o título Disfarce, disfarce.
O trabalho da dupla Guilherme de Sousa / Pedro Azevedo situa-se muitas vezes num território das artes performativas próximo do das artes visuais: narrativas feitas de movimento e imagem sem ingerências de texto, com um depuramento e um sentido cromático que lembram os recortes de Matisse, e que parecem radicar numa coisa pré-política: a ternura.
Neste Disfarce, disfarce., regressam aos dispositivos de interação com o público (como em Popper Non Popper de 2015, ou como em Horto de 2017, estreado na mala voadora), considerando desta vez a circunstância de estarem a produzir para uma exposição ou, mais genericamente, pensando a partir da ideia de “museu”. Propõem um trabalho com dois componentes. (1) Ao entrar num cubo cujo interior é espelhado, o público depara-se com a sua própria imagem. Trata-se de uma obra que se inscreve na tradição minimalista de interação entre obra e contexto, ou entre obra e observador, e ecoa obras da década de 1960 como os cubos espelhados de Robert Morris ou os efeitos perceptivos das salas de Dan Graham. Uma cenografia para o protagonismo de quem vê, que se vê face ao constrangimento de se ver a si próprio, e também face ao constrangimento físico causado pelo pavimento sobre o qual tem de deslocar-se. (2) Numa intervenção de natureza performativa, o público da exposição também é colocado perante o seu próprio reflexo, não em sentido literal, mas através do confronto com o comportamento de outros elementos do público, no qual ele poderá rever-se. Um espelho social.
Em qualquer dos casos, trata-se de dispositivos para o público se confrontar consigo mesmo – dispositivos para a tomada de consciência do público enquanto “público”.
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Texto completo por José Capela aqui
colaboração com Carlos Arteiro
parceria com Mala Voadora
recursos: vidro, alumínio, limalha
formato: ciclo 02
fotografia e vídeo: Bruno Lança
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