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Frida Baranek

Brasil

aço, inox, latão, ferro, cimento, borracha, material eletrónico, betuminosas, motorização, pedra, máquinas de soldar, vidro

Frida Baranek

casa aberta / untitled

Frida Baranek trabalha predominantemente com escultura, mas também com desenho e gravura, técnicas com as quais a produção escultórica estabelece certa relação formal. Frequentemente utiliza materiais industrializados, como filamentos de ferro e aço, placas e vergalhões, muitas vezes oxidados, em contraste com elementos naturais, como pedra e madeira, tornando visível a contradição entre a impessoalidade da matéria e a delicadeza de suas esculturas. São reconhecíveis as estruturas que remetem a redemoinhos, emaranhados e até mesmo destroços, como os fios delgados de metal embolados e aparentemente frágeis, mas que no processo acumulatório criam volumes rígidos onde a matéria mais leve parece sustentar a mais pesada, revelando o interesse da artista por questões relacionadas ao equilíbrio e ao desequilíbrio. As esculturas de Baranek podem assumir configurações diferentes em cada espaço onde são remontadas, investindo-se de uma indeterminação morfológica que convida à participação.

Frida Baranek estudou escultura com João Carlos Goldberg e Tunga na Escola de Artes Visuais do Parque Lage e no Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro. Formou-se em arquitetura pela Universidade Santa Úrsula, no Rio de Janeiro, em 1984. Cursou pós-graduação em escultura pela Parsons School of Design, em Nova York, e mestrado em Design Industrial na Central Saint Martins, em Londres. Mudou-se para Paris na década de 1990, em seguida para Berlim e, em 2002, para Nova York. 

Em 2013, o Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro apresentou a exposição “Confrontos”, uma retrospectiva do trabalho de Baranek. Participou de exposições na Bienal de São Paulo (1989); Bienal de Veneza (1990); Museu de Arte Moderna de São Paulo (1995,1988); Museu Ludwig (Alemanha, 2005), além de muitas outras. Faz parte de coleções públicas e privadas, como a coleção de Patrícia Phelps de Cisneros (EUA); National Museum of Women in the Arts (EUA); LEF Foundation (EUA); BusanPusan Metropolitan Art Museum (Coreia do Sul); Museus de Arte Moderna do Rio de Janeiro e de São Paulo; Museu de Arte do Rio, entre outras. A Galeria Raquel Arnaud representa Frida Baranek desde 1990.

A apropriação de materiais industriais faz parte do processo de criação da artista Frida Baranek desde o início dos anos 90. “Unclassified” é o nome da peça de Frida, exposta no Museu de Arte Moderna (MoMA) de Nova Iorque, criada a partir de excedentes da indústria militar americana.

Em 2022, quando Frida nos falou sobre o seu processo de trabalho e da sua contínua reflexão sobre “a indústria, a natureza, e para onde estamos a caminhar com isso”, ficou claro que a sua passagem pela AW deveria ser integrada no programa das Residências Artísticas No Entulho. Desde então, num formato experimental vigente nas residências NE, e com o apoio dos técnicos da AW, a Frida tem vindo frequentemente à fábrica para observar e explorar os diversos materiais que surgem e resultam do excedente da produção diária da fábrica da ArtWorks.

Créditos

recursos: ferro, aço, vidro, latão, betuminosas, latão, material electrónico, motorização
formato: casa aberta
fotografia e vídeo: Bruno Lança e Bernardo Bordalo