Carlos Arteiro
ciclo programático 02 / Disfarce, disfarce.
em colaboração com: Guilherme de Sousa & Pedro Azevedo
Carlos Arteiro (Vila do Conde, 1992) é licenciado em Artes Plásticas (Escultura) pela Faculdade de Belas Artes da Universidade do Porto (2015) com bolsa de estudo por mérito e é Mestre em Práticas Artísticas Contemporâneas pela mesma instituição (2017). Foi bolseiro Erasmus na Facultad de Bellas Artes da Universidad Complutense de Madrid (2014-15). Foi finalista do prémio Novo Banco Revelação 2018 atribuído pela Fundação de Serralves. Em 2021, inaugurou a exposição individual “Investigações de um peixe dourado” e em 2023 a "Máscara de três bicos" na galeria No-No em Lisboa.
Carlos Arteiro, Guilherme de Sousa e Pedro Azevedo são os três artistas, estiveram os três em residência No Entulho – programa da Artworks –, e estão os três interessados na tomada de consciência. O resultado do seu trabalho é agora conjuntamente apresentado no Porto, na mala voadora, sob o título Disfarce, disfarce.
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Carlos Arteiro opera no âmbito da ficção. Transporta-nos para um lugar que não é aquele em que estamos, mas antes o lugar das personagens da commedia dellarte (voltando a fazer referência, na sua obra, ao teatro), e em particular de Arlecchino, através do olhar de Giorgio Agamben sobre Pulcinella. É Arlecchino que Arteiro representa nesta exposição, em imagens que, apesar de serem pintura, têm uma natureza ambígua, aparentando aquilo que associamos à fotografia e à realidade virtual. A representação de Arlecchino aufere assim de uma liberdade visual que é paralela à liberdade da própria personagem: o seu comportamento é livre por ser estranho à relação que habitualmente se estabelece entre consciência e representação social no quotidiano e, em particular, na política. É um comportamento libertariamente pré-político. Tal como Pasolini, Agamben faz uma leitura ideológica do humor e da graça, e identifica conexões entre filosofia e comédia que vão ao ponto de elas se confundirem. Face a esta possibilidade, a combinação da obra dos três artistas faz-nos regressar aos dispositivos da dupla Sousa/Azevedo e ver o público em frente aos espelhos, afinal, a deparar-se com a experiência da sua própria graça, ou com a experiência – política – de relacionar a sua possibilidade de graça e a consciência de si.
E, quando chegamos a esta identificação entre filosofia e comédia, parece-nos, ainda mais, que este projeto é mesmo certo para estar aqui, na mala voadora.
Texto por José Capela
colaboração com Guilherme de Sousa e Pedro Azevedo
parceria com Mala voadorarecursos: vidro, pintura, esferoviteformato: Residência ciclo programático 02
fotografia & video: Bruno Lança
O "No Entulho" está aberto a visitas. Se desejas saber mais, por favor entre em contacto connosco.
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